Anísio Teixeira e a sua contribuição para a educação no Brasil

Anísio Spinola Teixeira (Caetité, 1900 - Rio de Janeiro, 1971)
Ocupação:
➝ Advogado
➝ Educador
➝ Escritor

Difundiu os pressupostos do movimento da Escola Nova - desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à memorização. Foi um defensor do ensino público, gratuito, laico e obrigatório (Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova), divulgado em 1932.
Fundou a Universidade do Distrito Federal em 1935, depois transformada em Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

Anísio Teixeira estudou em colégios da ordem dos jesuítas na Bahia e pensou em torna-se jesuíta. Mas esse sonho foi combatido por seu pai, que projetara uma carreira política para o filho. Formou-se em 1922 na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (atual Faculdade de Direito da UFRJ).

Cronologia Histórica de Anísio Teixeira

1924: Assumiu o cargo de Inspetor Geral de Ensino - cargo equivalente hoje ao de Secretário da Educação. Iniciou assim sua carreira de pedagogo e administrador público.

1925: Viajou para a Europa, onde observou o sistema educacional de diversos países. Ao voltar implementou várias reformas no ensino do estado da Bahia.

1928: Demitiu-se do cargo pelo fato do novo governador não concordar com suas idéias sobre mudanças no ensino.

1935: Criou a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Perseguido pelo governo de Getúlio Vargas, mudou-se para sua cidade natal Caetité, na Bahia, onde viveu até 1945.

1946: Assumiu o cargo de conselheiro geral da UNESCO.

1951: Assumiu a função de Secretário Geral da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

1952: Tornou-se Diretor do INEP(Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos).

1962: Ao lado de Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira foi um dos fundadores da Universidade de Brasília, da qual viria a se tornar reitor em 1963.

1964: Com o golpe militar, afastou-se do cargo e foi para os Estados Unidos, lecionando nas Universidades de Colúmbia e da Califórnia. De volta ao Brasil em 1966, tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas.

1971: Anísio Teixeira veio a falecer em circunstâncias consideradas obscuras e misteriosas. Seu corpo foi encontrado no fosso de um elevador na Avenida Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Apesar do laudo de morte acidental, existem suspeitas de que tenha sido vítima das forças de repressão do governo do General Emílio Garrastazu Médici.

Contribuições de Anísio Teixeira
 • Foi um dos idealizadores do Movimento pela Educação Nova, que mudou a forma como o ensino educacional era passado para os alunos, tornando-os mais conscientes e formadores de opinião. Na década de 1940, foi conselheiro da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

• Como Secretário de Educação e Saúde, construiu no bairro da Liberdade - o mais populoso e pobre da capital baiana - o “Centro Educacional Carneiro Ribeiro", mais conhecido por Escola Parque, lugar para educação em tempo integral e que serviria de modelo para os futuros CIACs e CIEPs.



• Foi o criador e primeiro dirigente da Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES), criada em 11 de julho de 1951. Foi dirigente até 1964, quando ocorreu o golpe militar.

Fatos misteriosos acerca de sua morte

“Por mais que busquemos aceitar a morte, ela nos chega sempre como algo de imprevisto e terrível, talvez devido seu caráter definitivo: a vida é permanente transição, interrompida por estes sobressaltos bruscos de Morte".
(Trecho de carta enviada a Fernando de Azevedo, dois meses antes da morte de Anísio Teixeira)

Por encentivo do amigo Hermes Lima, Anísio se candidatou a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Desapareceu depois de uma visita protocolar ao lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Sua família preocupada investigou seu paradeiro, sendo informada pelos militares de que ele havia sido detido. Uma longa procura por informações teve início e finalmente seu corpo foi encontrado no fosso do elevador do prédio do imortal Aurélio, na praia do Botafogo, no Rio, dois dias depois do seu desaparecimento. Seu corpo não tinha sinais de queda, nem hematomas que a comprovassem. A versão oficial foi de que tinha sofrido um acidente. O dia foi 14 de março de 1971.
O professor João Augusto de Lima Rocha declarou em depoimento na UnB, em 10 de agosto de 2012, que Luiz Viana Filho havia confessado a ele em dezembro de 1988, que Anísio Teixeira tinha sido preso no dia que desapareceu (11 de março de 1971) e levado para o quartel da Aeronáutica, “em operação que teve como mentor o brigadeiro João Paulo Burnier, que era conhecido no regime militar por ter o plano de matar todos os intelectuais mais importantes do Brasil na época", disse João Augusto.

Legado

• Em Caetité, em sua casa natal mantém-se a Fundação Anísio Teixeira, presidida por sua filha Anna Cristina Teixeira Monteiro de Barros, com apoio governamental (Estado e Município) e de iniciativa  privada; e a Casa Anísio Teixeira, com biblioteca, museu, cine-teatro e biblioteca móvel. A instituição leva conhecimento e mantém viva a memória do grande educador brasileiro.
• No Rio de Janeiro existe o Centro Educacional Anísio Teixeira, escola privada de ensino fundamental e médio, com proposta pedagógica seguindo as idéias do educador.


“Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância".
- Anísio Teixeira

Estudo realizado por Jonatã da Silva Higino - Aluno de graduação em Biblioteconomia da UFPB.



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