Dia 08 de julho - Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador

Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador

Em 08 de julho é comemorado no Brasil o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador. Foi nessa data que ocorreu a fundação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), há exatos 70 anos.
A Lei № 10.221/2001 sancionou o Dia Nacional da Ciência; já a Lei № 11.807/2008 sancionou o Dia Nacional do Pesquisador Científico. Ambas essas datas tem como objetivo destacar a produção científica no Brasil, bem como estimular o interesse dos estudantes pela ciência e a divulgação do saber científico na sociedade.
Nos últimos anos o Brasil tem se destacado no meio científico internacional, sendo responsável por 13% de tudo que é pesquisado no mundo. Infelizmente o Brasil ocupa no ranking de inovação Mundial a posição 69°. Isso se deve em grande parte pela falta de incentivo a pesquisa por parte dos governos estaduais e federal no país.

Mas o que é um Pesquisador Científico? Para entender melhor devemos primeiramente saber o que é um Pesquisador e o que é um cientista.
O pesquisador quer saber a resposta para determinada questão, então faz uma pesquisa e desta maneira elabora uma resposta. Nesse processo de pesquisa não é necessário ser um cientista.
O cientista faz uma pesquisa e do resultado encontrado, das conclusões que obtêm, discute com um corpo de cientistas maior, procurando desta forma avançar em um determinado campo do conhecimento.
Vendo essas definições, podemos concluir que a junção de todas essas características é o que forma um pesquisador científico. É aquele profissional que faz a pesquisa, quer saber a resposta e elabora juntamente com outros colegas o resultado encontrado. O Brasil foi agraciado com pesquisadores científicos de renome, apesar de muitos não serem do conhecimento da grande maioria da população. Podemos destacar:

Vital Brazil (1865-1950)

Era de Minas Gerais e formou-se em medicina no ano de 1891, no Rio de Janeiro. Liderou o combate a diversas doenças, como a febre amarela, cólera, varíola e peste bubônica. Foi um pioneiro nas pesquisas e na produção de soros contra animais venenosos. Seu método de tratamento e neutralização de venenos é até hoje o mais eficaz e usado em todo o mundo. Em 1901, fundou o Instituto Butantan, em São Paulo, e em 1919, o instituto que leva o seu nome, no Rio de Janeiro.

Juliano Moreira (1872-1933)

Considerado o fundador da psiquiatria no Brasil, o baiano de origem pobre, lutou contra o racismo científico existente na época. Ajudou a fundar a Sociedade de Medicina e Cirurgia e a Sociedade de Medicina Legal da Bahia. Durante o tempo que atuou, lutou pela proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais e contra a forma de tratamento de doenças mentais utilizados no início do século XX. Juliano instituiu a assistência aos familiares dos pacientes e reativou as oficinas de trabalho, utilizadas na reintegração dos pacientes à sociedade.

• No campo da pesquisa, uma área que vem se destacando é a da Pesquisa Bibliográfica. Mas do que se trata? A pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e a interpretação de livros, periódicos, documentos, mapas, imagens, manuscritos, entre outros. Esse material passa por uma seleção onde será estabelecido um plano para leitura. Mas que tipo de leitura é essa? Essa é uma leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações e fichamentos que, posteriormente, poderão servir à fundamentação teórica do estudo.

Para que esse processo ocorra, é necessário uma rotina tanto na vida profissional de professores e pesquisadores, como também de estudantes que estejam envolvidos no projeto. Isso ocorre pelo fato da pesquisa bibliográfica ter por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final.

Neusa Dias de Macedo:  trajetória e contribuição cientifica em Biblioteconomia. 

Dando continuidade ao conhecimento iremos citar a importância da trajetória da bibliotecária, professora e pesquisadora do núcleo de informação e cultura (CBD), Neusa Dias de Macedo.  Cuja dedicação profissional muito contribuiu para o desenvolvimento educacional na área da biblioteconomia e na formação de novos bibliotecários. 
Graduada em Biblioteconomia na fundação Escola de Sociologia e Política, a pesquisadora iniciou suas atividades profissionais na USP em 1951, na biblioteca da Faculdade de Farmácia e na Faculdade de Odontologia. Na época devido as motivações políticas durante o período do governo estadual de Jânio Quadros, foi afastada do cargo.  Passando a trabalhar no sistema de informação da indústria -Nadir Figueiredo- criando uma biblioteca itinerante para os trabalhadores da empresa.
Posteriormente diploma-se em letras e obtém uma bolsa de estudos para cursar mestrado nos Estados Unidos, retornando ao Brasil para lecionar por seis anos na Universidade de Brasília. Mais tarde, conclui seu doutorado e é aprovada no concurso para professores de graduação em Biblioteconomia da ECA.
Em 1978- tornou-se editora e reformulou a revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação.
Por volta de 1980 iniciou a orientar alunos da Pós-Graduação, contribuindo para produção de aproximadamente 40 dissertações e teses na área. Para a pesquisadora estes momentos foram de suma importância para sua realização profissional.
Atuante participou de várias pesquisas em diversas revistas das áreas de Ciência da informação, das comunicações e Artes. 
Sempre atuante fez parte de vários núcleos representativos de profissionais da Biblioteconomia, como por exemplo a associação Paulista de Bibliotecários (APB), e a Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários.
No período de 1992 aposentou-se, porém continuou participando do programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI), contribuindo incessantemente para a formação de muitos pesquisadores brasileiros na área de biblioteconomia. E por sua dedicação a pesquisadora foi considerada uma referência.
Segundo a redatora do site da ECA- Amanda Nunes, em 2005 Neusa escreveu o livro  intitulado “ A Biblioteca escolar brasileira em Debate: da memória profissional e um fórum virtual. 

Tendo também, realizado outras obras como podemos verificar abaixo:

-1962: Bibliografia de Fidelino de Figueiredo (ed. Universidade de São Paulo)
-1968: Bibliografia de Manoel de Oliveira Lima com estudo biográfico e cronologia (ed. Arquivo Público Estadual do Recife)
-1970: Bibliografia sobre censura e liberdade de imprensa (ed. EDUSP) -1972: A biblioteca como centro de pesquisa e informação (ed. Centro Tecnológico de Hidráulica do DAEE)
-1973: Notícias do I encontro de responsáveis pela execução do programa de bibliotecas no Brasil (ed. Associação Paulista de Bibliotecários)
-1974: Orientação bibliográfica ao estudante (ed. ECA-USP)
-1987: Metodologia da pesquisa bibliográfica, tendo em vista o trabalho de pesquisa (ed. ECA-USP)
-1994: Resumos:  subsídios para sua elaboração (ed. CBD-ECA-USP)
-1996: Iniciação à pesquisa bibliográfica: guia do estudante para a fundamentação do trabalho de pesquisa (ed. Loyola)
-2000: Biblioteca pública/biblioteca escolar de país em desenvolvimento: diálogo entre bibliotecária e professora para reconstrução de significados com base no Manifesto da UNESCO (ed. CRB-8; FEUSP)
-2005: Biblioteca escolar brasileira em debate: da memória profissional a um fórum virtual.(ed. SENAC)
-2007: Leitura e sintonia entre bibliotecário e professor, eis a questão (ed. Fundação Biblioteca Nacional) 
Entrevista com a Neusa Dias de Macedo

Sem dúvida podemos compreender a importância da contribuição cientifica realizada pela pesquisadora que através do seu legado legitimou o desenvolvimento da biblioteconomia, ciente do desafio contemporâneo do bibliotecário que é atuar focando em sua função social e na preservação das memórias e registros históricos através de pesquisas acadêmicas e das instituições profissionais. 
De acordo com a bibliotecária se atualizar e repassar adiante as experiências adquiridas é fundamental para exercer a profissão, focando também, em detectar os problemas específicos   de cada biblioteca no intuito de inovar e buscar soluções. Para ela “é uma missão conscientizar os profissionais da área para que nunca deixem de defender a Biblioteconomia”. 

Referências:

FORTE, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante. Manual de elaboração de tese, dissertação e monografia. Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2006.

Site:fundaçãotelefônicavivo.org.br/notícias/8-importantes-cientistas-brasileiros-para-voce-conhecer/

https://www3.eca.usp.br/



Estudo realizado por Fabiana Teixeira Dovier e Jonatã da Silva Higino, alunos do Curso de Graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba.

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