Fontes e Recursos de Informação

• Trabalho de Pesquisa realizado pelos alunos de Graduação em Biblioteconomia da UFPB: Fabiana Dovier, Irani Gomes, Jonatã Higino e José Jullyan Galdino.


1 INTRODUÇÃO
As fontes de informação são as ferramentas utilizadas para se obter a construção do conhecimento. Problemas informacionais são solucionados com o uso correto dessas fontes pelo profissional da informação. Essas fontes são recursos em diversos suportes, que atenderão às necessidades de informação de cada usuário em específico, atendendo aos interesses próprios de quem busca conhecimento. Como exemplo de fontes de informação podemos citar:
• Catálogos de bibliotecas;
• Livros;
• Periódicos Científicos.

Esses já citados e outros como jornais, revistas, rádio e televisão, seguem sendo como os principais meios de se obter informação, mesmo com os meios tecnológicos existentes hoje. Pelo estudo podemos observar que as fontes tiveram a sua origem em parceria com a origem e desenvolvimento da escrita, e desta forma, para poder compreender melhor a função das fontes e recursos devemos primeiramente analisar a sua evolução no decorrer da história.

2 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS FONTES DE INFORMAÇÃO
Hoje estamos inseridos em uma sociedade em que o fluxo informacional é constante, onde a tecnologia permite que tenhamos acesso aos mais diversos recursos e materiais para estudo. Mas nem sempre foi assim, muito antes da escrita surgir o conhecimento era passado de uma geração a outra se utilizando de outros meios. Um exemplo que merece ser mencionado são as pinturas rupestres, que eram feitas justamente para mostrar os tipos de animais que eram caçados e serviam de alimento para o homem primitivo. Essas pinturas eram registros documentais importantes naquela época.

Além das pinturas rupestres outra fonte utilizada era o conhecimento oral, que era transmitido pelos membros mais velhos da comunidade para os mais jovens. Esse foi um recurso informacional importantíssimo para o desenvolvimento da sociedade humana e que continuou sendo feito mesmo com o surgimento da escrita. Foi justamente com a criação da escrita que as informações e conhecimentos produzidos passaram a ser registrados e desta forma preservados para as novas gerações.
Ao decorrer da evolução da escrita, o tipo de suporte informacional a ser utilizado foi o que mais se destacou e mudava de acordo com a necessidade em que a sociedade descobria novos recursos para registrar a história, pensamentos, leis e informações. Mas todo esse material era direcionado a esfera do governo e da religião, feito por especialistas conhecidos por copistas, que eram os únicos que tinham acesso a essas fontes, uma vez que a grande maioria da população não sabia ler e escrever (GANDELMAN, 2007).

Durante a Idade Média o acesso a informação era de uso exclusivo da Igreja Católica, com todo o material guardado nos mosteiros. Apesar de a população começar a se alfabetizar, a busca por informação e conhecimento era restrita. Esse quadro veio a mudar após invenção de Gutemberg, quando ocorreu uma “explosão informacional", possibilitando o acesso as fontes.
Segundo Oliveira e Ferreira (2009, p.70), fonte de informação pode ser definido como: “As fontes são documentos, pessoas ou instituições que fornecem informações pertinentes a determinada área, fatores essenciais para se produzir conhecimento". Neste sentido, de acordo com o uso e evolução dos suportes informacionais é necessário entender como é feita a aplicação das fontes de informação e observar as áreas em que podem ser utilizadas. Elas podem ser áreas de lazer, conhecimento e aprendizagem. Lazer quando nos possibilitam viajar pelo mundo através da leitura; Conhecimento são aquelas que nos permitem desenvolver habilidades cognitivas; No que  se refere  a aprendizagem, são  aquelas que nos dão a chance  de ampliar o nosso
universo do conhecimento humano. As fontes de informação são registros que utilizamos ao longo da vida, permitindo ampliar nossa visão do mundo e do que está a nossa volta. Essas fontes de informação são de três tipos:
• Fontes Primárias;
• Fontes Secundárias;
• Fontes Terciárias.

3 FONTES  PRIMÁRIAS
As fontes primárias fazem parte do desenvolvimento humano e seus primeiros indícios de fontes informacionais revelados desde pré-história foram desenhadas nas cavernas através de  pinturas  rupestres como forma de expressão e comunicação verbal registradas pelo homem, assim como o papiro era uma fonte primária, posteriormente o livro, e diversas fontes  impressas devido a produção de suporte informacional no período de Gutemberg. Compreendendo as fontes primárias como heranças de acontecimentos sociais que auxiliam analisar a existência de um comportamento ou fato que foram registrados ao longo do tempo eternizando informações relevantes como por exemplo; As cartas dos Inconfidentes Mineiros do século XVII; e A Carta de Pero Vaz de Caminha.
Segundo Campos, Campelo (1988,p.16) essas fontes específicas são as quais contém informações originais, tendo como objetivo proporcionar base para obter mais conhecimento sobre um determinado tema, problema pesquisado, sendo tais fontes primárias as bibliotecas tradicionais e digitais.  O estudo da fonte primária com signficado do ponto primarcial, isto é, ponto primeiro, dentro do contexto da investigação em relação à pesquisa é interpretado como matriz explicativa possibilitando repassar significado legítimo, sem ter sofrido interferência pois traz sua marca, assim como uma nascente de água , sua fonte primária, fonte de origem, não permite questionamento, pois sua fonte é limpa, assim como sua existência e contextualizando a origininalidade da fonte, Brasiliano afirma 2005, p.67) são fatos vindos diretamente da fonte, não são adulteradas, sendo uma informação que não pode ser mudada, alterada e disfarçada por opiniões ou seleções.
Sendo também características de fontes informacionais primárias a pesquisa documental, pois é realizada através das fontes dentre algumas:

• Tabelas estatísticas
• Cartas
• Pareceres
• Fotografias
• Atas
• Relatórios
• Obras originais de qualquer natureza (pintura, escultura,desenho)
• Diários
• Projetos de lei
• Depoimentos orais e escritos
• Certidões
• Correspondências pessoais ou comerciais
• Informativos

Em relação as fontes informacionais, os recursos primários segundo Pinheiro (1999, p. 2) são aqueles que se revelam e são compartilhados da mesma forma que foram produzidos por seus autores, assim como os períódicos científicos. Tendo como conceito uma “literatura de” sendo a ciência da informação relativa de determinada área, ou seja, vindo da mesma fonte primária, na história. Destacando as fontes como sendo confiavéis e completas, sendo exclusividades de seus pesquisadores, as fontes primárias são apropriadas ao produto informacional constituído por um pesquisador, sendo esses recursos cientificos considerados fontes primárias:
• Periódicos
• Anais de conferência
• Monografias
• Eventos científicos 
• Dissetações
• Teses

Para Meis (2002, p. 65) a fonte de informação primária mais preciosa que existiu foram as cópias das aulas de Aristóteles, encontradas em uma fossa contendo 80 volumes, sendo um registro do conhecimento até hoje.
Fonte documentária é a origem da informação bibliotecária atuando como fonte estudada e mantida para a compreensão do acontecimento cultural em geral que possa ser elemento de contribuição e compreensão entre o passado, presente e futuro, sendo guardião da memória bibliográfica, servindo para investigação cientifica e histórica. Em relação as fontes autênticas dentro da Biblioteconomia podemos citar:
• Livros/ tradicionais/ digitais.
• Diários
• Registros
• Textos litérarios
• Simpósios
• Normas técnicas
• Conjuntos de dados
• Autobiografias
• E-mail
• Listas de discursões
• Acervos

Fontes primárias são termos utilizados em várias disciplinas tanto na historiografia como na biblioteconomia, sendo está fonte também, chamada de original podendo ser documento ou gravação, escrito, configurando em ser um conhecimento pessoal direto dos eventos descritos em uma experiência científica servindo como fontes autênticas das informações consideradas fontes que dão base para construções das demais sendo elas as segundárias e terciárias como iremos abordar a seguir.

4 FONTES OU RECURSOS SECUNDÁRIOS TRADICIONAIS
De acordo com o Guia da University Libraries, as fontes secundárias são “interpretações e avaliações de fontes primárias”. Dessa maneira, Blatmann (2015), explica de forma clara que as fontes secundárias evidenciam a participação de um segundo autor como produtor. Sendo assim, às bibliografias, os dicionários e enciclopédias, os manuais, as publicações ou periódicos de indexação e resumos, artigos de revisão, catálogos, são participantes deste estágio de fonte de informação (ARAUJO; FACHIN, 2015).
As fontes secundárias reúnem trabalhos nos quais os conteúdos são advindos de fontes primárias. O que possibilita uma caraterística de não apresentarem um padrão de apresentação, pois apresenta informações sobre vários autores, acarretando na organização da informação, de uma forma que geralmente atende a necessidade do público-alvo a que se destina. Entretanto, apresentam a desvantagem de apresentarem informações desatualizadas em relação a as fontes primárias, além disso, introduzem a vantagem de serem consolidadas na literatura devido apresentar a reunião de várias visões de estudos de diversos autores (OLIVEIRA; QUEIROZ, 2007).
No aspecto registro da informação é necessário considerar o estudo sobre os registros impressos, que eram escritos em diversos suportes da “Era Tradicional” e consequentemente a posteriori. Diante disso, a literatura científica classifica as maneiras de registro da informação antes e depois da invenção dos tipos móveis atribuída a Gutemberg, datada do século XV e baseadas no suporte papel. Logo, as fontes secundárias, como também os outros tipos de estágios ou categorias informacionais, utilizam suportes impressos que se aprimoraram durante o passar dos anos. É necessário salientar que no final do século XIII na Europa “duas novidades de origem chinesa” contribuíram para revolucionar a “indústria do livro: o papel e a xilogravura, que terminaram por associar-se”. (ARAÚJO, 2008, p.45). Tais criações contribuíram para fabricação de textos, multiplicação e aceleração na produção literária contemplando as diversas fontes informacionais tradicionais.
O processo de produção, propagação e barateamento dos custos tornou o acesso e uso da informação cada vez mais constante, sendo o suporte impresso o que perdura até a contemporaneidade, em plena sociedade da informação interconectada nas redes da web. Assim, o acesso às informações podem ter diferentes formas em diversos meios, perpassam do suporte físico ao digital (ARAUJO; FACHIN, 2015). Através  do  surgimento  das TICs  (novas  tecnologias de  informação  e comunicação)

houve a possibilidade do surgimento de novas fontes ou categorias da informação como: Fonte de Informação Eletrônica e Fonte de Informação Multimídia que dinamizaram ainda mais as informações e expandiram o acesso informacional.

5 FONTES TERCIÁRIAS
Entre todas as fontes de informação (primária, secundária e terciária), as mais difíceis de ter uma definição são as fontes terciárias, sendo apontadas como a categoria mais problemática de todas, fazendo com que os documentos incluídos nessa categoria variem bastante.
Alguns autores contribuíram com alguns conceitos a cerca do tema, como Pauline Atherton, Lancaster e Jordan definindo os elementos de cada fonte de informação.
Em 1999 Vickery inclui nas fontes de informação, as fontes eletrônicas que abrangem as fontes primárias, secundárias e terciárias, que se encontram na internet.
Os documentos incluídos na categoria de fontes terciárias são bibliografias de bibliografias, catálogos de bibliotecas, centros de informação e livrarias, diretórios, guias de literatura, revisões de literatura.
As fontes terciárias também podem ser consideradas guias às fontes primárias e secundárias, produzindo uma síntese ou confirmação de informações.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da pesquisa podemos observar que as fontes e recursos de informação se originaram em parceria com o desenvolvimento das primeiras sociedades humanas, com as pinturas rupestres, ensinamento oral e o surgimento da escrita. A escrita teve um papel crucial, se antes era usada apenas para documentar e preservar, passou a legitimar e validar a produção do conhecimento. Essas fontes foram evoluindo desde as tábuas de argila na mesopotâmia, os rolos de papiro e pergaminhos que iam evoluindo de acordo com as necessidades informacionais que cada período da história tinha, culminando na formação de técnicas para documentar, catalogar e tornar acessível essa busca por conhecimento se utilizando de ferramentas essenciais como as fontes de informação de acordo com as suas categorias: primárias, secundárias e terciárias, que se relacionam e se complementam.
Conclui-se que as fontes secundárias da informação são provenientes de fontes primárias, possibilitado  assim caraterísticas  como a não existência  de um  padrão de
apresentação, e a sua consolidação no meio científico. São exemplos de tais fontes: às bibliografias, os dicionários e enciclopédias, os manuais, as publicações ou periódicos de indexação e resumos, artigos de revisão, catálogos, etc.
Com os avanços dos recursos e desenvolvimento dos suportes informacionais houve o aparecimento de outras categorias ou estágios que contribuíram para aperfeiçoar o acesso à informação, possibilitando reproduzir as necessidades de diversos tipos de usuários.
Além disso, propiciou o surgimento de fontes terciárias, eletrônicas e multimídias com o intuito de quebrar barreiras e facilitar o acesso a informação. Dessa forma, contribuiu para desenvolvimento de estudos que modificaram a realidade da sociedade em varias áreas do conhecimento em épocas passadas e em tempos contemporâneos.




REFERÊNCIAS
ARAUJO, N. C.; FACHIN, J. Evolução das Fontes de Informação. Biblos: Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação. Santa Catarina, v. 29, n.1, p.81-96, 2015.

CAMPOS, Edson Nascimento; CURY, Maria Zilda Ferreira. Fontes Primárias: Saberes em Movimento. Rev. Fac. Educ., v.23, n.1-2, São Paulo, jan./dez., 1997.

GANDELMAN, Henrique. De Gutemberg à Internet: Direitos Autorais das Origens à era Digital. 5 ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.

MORIGI, Valdir José; SOUTO, Luzane Ruscher. Entre o Passado e o Presente: As Visões de Biblioteca no Mundo Contemporâneo. Revista ACB. Santa Catarina, v.10, n.2, p.189-206, jan./dez., 2005.

OLIVEIRA, Ely Francina T. de; FERREIRA, Karen Eloise. Fontes de Informação on line em Arquivologia: uma avaliação métrica. Bíblios. Rio Grande, v.23, n.2, p.69-76, 2009.

OLIVEIRA, JANE S.; QUEIROZ Salete L. Comunicação e Linguagem Científica: guia para estudantes de química, Campinas: Átomo, 2007, 109 p.






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