O Livro e a Sociedade


 

A História do livro

Inicialmente o livro foi considerado uma publicação impressa, não periódica, contendo no mínimo 48 páginas sem incluir suas capas, sendo um produto industrial, objeto cuja principal função era a veiculação da informação como um suporte criado pelo homem. Dentro dessa abordagem da construção do conhecimento o autor Civita (1972), menciona que o livro transporta um resumo informacional acurado propiciando respaldo didático de acordo com o interesse ou necessidade de cada leitor.

Vale ressaltar que os primeiros livros surgiram na época da antiguidade, os textos eram gravados em tabuas de barros cozidos, pois o homem não havia ainda pensado sobre a utilização de outros matériais (como por exemplo fibras vegetais e tecidos).

Desenvolvimento do Livro

Posteriormente, os livros foram se desenvolvendo, sendo modificados até começar ser elaborado em grande escala em papel impresso facilitando assim, sua leitura e transporte propagando então, os fatos históricos, acontecimentos, descobertas, tratados, códigos e entretenimento. Devido a sua fabricação a missão do livro passou por várias transformações dentro da sociedade e com o passar tempo o levou a ser considerado uma mercadoria especial e através das novas técnicas se transformou em um símbolo cultural nos processos editoriais hodiernos.
De fato o livro é essencial instrumento de difusão das ideias além da transmissão de conceitos documentos (fotográfica ou iconográfica), transportando cultura e armazenando conhecimentos, sem esquecer da escrita que graças ao seu desenvolvimento o livro ultrapassou o tempo consolidando seu espaço dentro da Sociedade. 

Os Escritores e Leitores 

Antes o escritor não tinha o hábito de ter um contato direto com o seu público alvo, tudo era debatido apenas em seu círculo privilegiado; apenas letrados, sábios com opiniões formadas e ideias adquiridas através das convivências. Uma particularidade daquela época é que antes de escrever o seu texto o autor trocava ideia sobre o assunto que seria escrito em seu círculo restrito de intelectuais. E vale ressaltar que não havia nenhuma preocupação com o enorme número de analfabetos que existiam e até o período de século XV, os livros eram distribuídos apenas para as minorias burguesas.

Expansão Comercial do Livro na Europa

 Devido a ocorrência da Expansão comercial Europeia do Século XIV, os burgueses e comerciantes passaram a integrar o mercado livreiro da época, a erudição se propagou fazendo surgir novos e mais escritores abordando diversas temáticas. Começaram surgir as primeiras obras em outras línguas (antes eram escritos apenas em Latim e Grego). Dentre os séculos XVI, XVII, surgiram também, diversas literaturas Nacionais fortalecendo a disseminação intelectual da época.

Cultura e Comércio

 Através do desenvolvimento do sistema de impressão de Gutenberg, a Europa consegue avançar na fabricação de livros chegando a imprimir em cinquenta anos aproximadamente vinte milhões de exemplares para uma população de quase vinte milhões de habitantes, sendo em sua maioria ainda iletrada, fato que muito contribuiu para ocorrência de uma transformação social, propagando o hábito de leitura, fazendo o livro se tornar um empreendimento cultural e comercial.
Os editores passaram a se preocupar com a estética (apresentação) do livro e a redução dos preços para gerar maior rotatividade. Os livreiros então, entraram em cena confeccionando os livros de acordo com o gosto pessoal dos leitores sendo inicialmente obras religiosas, novelas, coleções de anedotas (humor), manuais técnicos e receitas.
A disseminação do livro propiciou modificações socioculturais e econômicas fazendo o livro passar a ser utilizado como meio de divulgação das transformações ocorridas e após a primeira e a segunda Guerra mundial a maioria da população mostrou interesse ao consumo de jornais, periódicos e folhetins com informações atualizadas mais acessíveis. Todavia, esses acontecimentos não minimizaram o valor simbólico cultural do livro como ocorreria anos depois devido ao consumo massivo do Rádio, Cinema e TV.

Tecnologia e os Novos Suportes

Com a advento das técnicas eletrônicas, os novos métodos de pesquisa levaram os teóricos da comunicação de massa ter uma visão futurista, além dos livros tradicionais compreendo a essência do livro como disseminador intelectual e prático. O livro tem como objetivo principal oferecer textos de qualidade que representem ideias que possam contribuir para o desenvolvimento intelectual da sociedade, podendo ser aceitas ou não, por se tratar de conceitos ou normas culturais.

O livro e seu Simbolismo 

 A representação do livro na sociedade moderna tende a ser considerado pela classe média como como sinal de status cultural, onde os seus leitores/compradores os utilizam como símbolo, desfocando as suas funções, o transformando em um objeto. Porém, a função primordial do livro sempre será o seu conteúdo, isto é, o que lhe confere o valor devido como por exemplo; livros de Ciências, Filosofia, Religião, Arte, Poesia, História, Geografia, dentre outros títulos publicados anualmente no mundo por sua importância.
O consumo do livro no século XX, e a sua produção aumentaram, passando a ter outras confecções fazendo surgir os livros de bolso, seus preços baixos popularizaram a leitura tendo grande tiragem comercial. Anos depois, se tornaram livros de luxo para pessoas elitizadas por volta de 1950/1965, seus exemplares tinham temas bem variados direcionado ao público intelectual e mais refinado. Essa diversificação das categorias passaram a ser distribuídos em pontos de vendas, além de bancas de jornais, farmácias, lojas, livrarias dentre outros.

A sociedade brasileira ler mais?

No Brasil, o hábito de leitura da maioria dos brasileiros chega a 56%, segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Pró-Livro (IPL)- Datada em 29 de Outubro de 2019. Sendo considerado leitor quem leu um livro a cada três meses afirma que a cidade que mais lê é Salvador. E entre as principais motivações de leitura estão: O prazer pela literatura com 25%, Atualização cultural com 19% , por Entretenimento 15%, Motivação religiosa 11%, Crescimento pessoal 10%, e por Especialização Profissional ou Exigência alcançou 7%.



Por: Fabiana Dovier-Estudante de Biblioteconomia-UFPB.

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