A História da Biblioteca Nacional Brasileira



Quando em 1755 Lisboa veio a sofrer com um grande terremoto que destruiu a cidade e provocou diversos incêndios e mortes, muitos dos documentos que faziam parte do acervo da Real Livraria, vieram a ser destruídos. Nesse período Dom José I de Portugal juntamente com o ministro Marquês de Pombal, empenharam-se em reunir o pouco que sobrou da Real Livraria e o organizaram no Palácio da Ajuda, formando assim uma nova biblioteca. Foi através dessa nova organização de livros e escritos que se formou o acervo que veio para o Brasil com a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808.
Quando a Rainha de Portugal D.Maria I e o Príncipe Regente D.João, chegaram ao Brasil, trouxeram um imenso acervo de livros e manuscritos. O acervo contava com sessenta mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas e foi acomodado em uma das salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, na Rua Direita, hoje Rua Primeiro de Março.
Por um decreto do Príncipe Regente no ano de 1810, foi determinado que deveria ser construída uma sede oficial para a Biblioteca Nacional (antes chamada de Real Biblioteca). É considerada a data de 29 de outubro de 1810 como da fundação da Real Biblioteca, que só foi de fato aberta ao público em 1814.

Com o regresso da família real para Portugal em 1821, grande parte do acervo foi levado de volta. Quando a independência do Brasil foi proclamada, três anos depois a aquisição da biblioteca foi regulada através da Convenção Adicional ao Tratado de Paz e Amizade entre Brasil e Portugal. A biblioteca passou a se chamar Biblioteca Imperial e Pública da Corte e anos depois foi intitulada de Biblioteca Nacional. Quando a biblioteca de fato tornou-se propriedade do Brasil, alguns títulos que aqui ficaram tiveram que ser pagos a Portugal, foi um tipo de indenização que veio a custar aos cofres brasileiros o valor de oitocentos contos de réis, o que hoje equivaleria aproximadamente R$98.400.000,00, segundo dados do historiador Maurício Santos. O que vale destacar é que a administração da Biblioteca tanto no período em que o Brasil era colônia de Portugal, como na época do Império, era de responsabilidade da Igreja Católica. Também deve ser salientado que a preocupação principal era o crescimento do acervo da biblioteca e não a sua preservação, o que também ocorreu durante os primeiros anos depois da proclamação da República.

Em 1858, se teve a necessidade de encontrar um espaço adequado que melhor abrigasse o acervo que estava em constante crescimento, desta forma a biblioteca foi transferida para a Rua do Passeio 60, no Largo da Lapa. Mas devido ao crescimento constante do acervo era fundamental a realização de um projeto de construção de uma sede que atendesse a todas as necessidades da biblioteca e do seu público. Em 15 de agosto de 1905, durante o governo de Rodrigues Alves, foi iniciada as construções e a biblioteca foi inaugurada em 29 de outubro de 1910.
Durante o período da direção de Benjamin Franklin, ocorreram mudanças significativas na biblioteca, como: o horário de atendimento ao público é ampliado das 9 às 11 e das 18 as 21 horas. O quadro de pessoal também é modificado e passou a ser formado por:
• 01 bibliotecário
• 03 chefes de seção
• 03 oficiais
• 01 secretário
• 08 auxiliares
• 01 guarda
• 01 porteiro

Foi também nesta época que foi realizado o primeiro concurso público para preenchimento de cargos, em especial de bibliotecário.
“Algo que merece destaque é que a preocupação da biblioteca estava focada na ampliação do acervo e não em sua conservação, manutenção e organização técnica (CARVALHO, 1994)."

Na administração de Peregrino da Silva, o quadro de pessoal ficou distribuído em:
• Diretor geral
• 03 bibliotecários e 05 sub-bibliotecários
• 05 oficiais
• 16 auxiliares e 14 amanuenses (copista)
• 01 porteiro e 02 ajudantes de porteiro
• 01 eletricista
• 01 inspetor
Um ponto que merece bastante atenção durante a administração de Peregrino da Silva, foi o seu pioneirismo, em especial a criação do Curso de Biblioteconomia em 1911 e iniciado em 1915. Assunto este que será tema da próxima postagem do blog.


Estudo realizado por Jonatã da Silva Higino, aluno do Curso de Graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba.

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