O Jornalismo como fonte de informação e o papel do Pesquisador



Como se originou o jornalismo?
 
O jornalismo surgiu por volta do século XVII, como consequência direta da invenção da prensa de tipos móveis de Gutemberg, que deu início a impressão em massa. Essa técnica inovadora deu início as publicações periódicas conhecidas como jornais. Na Primeira fase do jornalismo(1789-1830), muitas bandeiras políticas foram levantadas e o seu conteúdo era político e literário. O jornalismo só chegou no Brasil no início do século XIX, de uma forma tardia. Já na Segunda fase(1830-1900), ocorreu a separação do jornalismo opinativo do jornalismo informativo. Os jornais se tornaram mais objetivos e profissionais. A Terceira fase(1900-1960), é conhecida como "era da cartelização" e ficou marcada pela padronização do noticiário e a divisão em editoriais. A Quarta, e última fase(1960-atualmente), marca a crise da imprensa escrita a partir do avanço da tecnologia, e da percepção do jornalismo como uma profissão que devia se atualizar e se adaptar a uma nova realidade existente na sociedade.

Código de ética jornalístico 

É um acordo que estabelece os direitos e deveres de uma categoria profissional. De acordo com o artigo 9º do Código de Ética do Jornalista, é dever do profissional:

* Divulgar todos os fatos que sejam de interesse público;
* Lutar pela liberdade de pensamento e expressão;
* Defender o livre exercício da profissão;
* Valorizar, honrar e dignificar a profissão;
* Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem;
* Combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercida com o objetivo de controlar a informação;
* Respeitar o direito à privacidade do cidadão;
* Prestigiar as entidade representativas e democráticas da categoria;
* O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos e não deve se pautar por interesses individuais.

O jornalismo é uma grande ferramenta para se ter acesso a informação e posteriormente ao conhecimento, mas será que realmente esse jornalismo está exercendo essa função na nossa sociedade? Será que o jornalismo existente no Brasil está direcionado para informar a população ou para suprir os interesses da elite? Qual o papel que o pesquisador pode exercer para mudar esse cenário? Nesse estudo podemos observar que quando falamos de jornalismo devemos nos lembrar que existem dois tipos: o jornalismo dos trabalhadores e o jornalismo das classes dominantes (Grande Imprensa). 

O jornalismo dos trabalhadores ou imprensa alternativa: É feito para servir o povo (trabalhadores) e por isso tem vários desafios na luta pela democratização da informação. Há um grande esforço para que esse tipo de jornalismo tenha a linguagem do trabalhador, um jornalismo sem meias palavras, imparcial e objetivo. É preciso ter a coragem e iniciativa para se fazer esse tipo de jornalismo, direcionado para o povo explorado e oprimido.
Existem inúmeras iniciativas e tarefas que podem ser tomadas se queremos que o povo trabalhador chegue a ser o ator principal de sua comunicação. Uma comunicação alternativa que faça a luta contra a hegemonia das informações direcionadas para a elite da sociedade. Nesse quadro da realidade em que vivemos, podemos observar os desafios que enfrenta a imprensa que tem o seu alvo direcionado ao serviço do trabalhador e que assumem todos os seus contornos trágicos e ao mesmo tempo se tornam extremamente estimulantes, como uma grande luta para quebrar as barreiras que existem entre as classes sociais, não apenas do ponto de vista econômico mas também do lado informacional.

Imparcialidade da Grande Imprensa: O que podemos notar é que a imprensa brasileira (Grande Imprensa), sofre de uma grave crise de credibilidade, acentuada com o surgimento dos blogs, das notícias que circulam na internet. Isso ocorre pelo fato desses veículos utilizarem uma linguagem livre, diversa, analítica, real. A grande imprensa pratica a memória seletiva, ou seja, esconde os seus erros e golpismos nos cortes editoriais e pelos intervalos comerciais. A opinião da imprensa brasileira é como uma profecia, não tem como errar, pois tem todo o tempo do mundo para comprovar que estava certa "desde o início", mesmo que para isso precise desinformar, mentir ou manipular os fatos.
Segundo esse estudo o que existe no Brasil é uma falsa imparcialidade da grande imprensa, bem como não existe neutralidade em muitas questões envolvidas. Um grande exemplo que merece ser mencionado são as eleições presidenciais de 2014. Nunca na história brasileira a imprensa entrou de cara na campanha como ocorreu com esta. As suas publicações nunca foram tão partidarizadas como ocorreu nesse ano, feito esse que veio se repetir nas eleições presidenciais de 2018, com um agravante ainda maior, o uso e propagação de notícias sem procedencia confirmada (fake news), que muitas vezes eram propagadas pela própria grande imprensa. O cidadão esqueceu do jornalismo imparcial e neutro, optando por acreditar em boatos e notícias falsas. Por esse motivo não devemos acreditar em tudo o que é jogado para nós pela grande imprensa. Em vez de imparcialidade o que existe realmente é uma parcialidade com os fatos noticiados. O que torna necessário do usuário procurar as fontes e comprovar a sua autenticidade, ou então procurar a ajuda de um profissional qualificado, como um historiador ou um profissional da área da ciência da informação.

No que se refere a internet, a parcialidade informativa também é bastante presente, aliás, é através dela que essas fake news são amplamente distribuídas para o público, desta forma não garantindo a imparcialidade dessa mídia de informação e comunicação e muito menos a sua veracidade. Isso ocorre pelo fato da impresa ser parcial e em muitos casos ser manipuladora dos fatos.

"Jornalismo é lidar todo dia com a contradição e aceitá-la. É fazer o leitor entender que o contraditório é construtivo, um processo de crescimento numa democracia, mesmo que o momento seja de polarização ideológica". (SÉRGIO DÁVILA).
Essa frase ilustra bem o cenário atual do jornalismo, principalmente no que se refere ao Brasil. os jornais tem por obrigação voltar a ser um ponto de referência, um local onde os indivíduos possam buscar a confirmação de notícias e informações. 

A subjetividade do pesquisador 
 

"Subjetividade: É a forma como o indivíduo instala a sua opinião ao que é dito, com o qual ele se relaciona com o mundo social, resultanto tanto em marcas singulares na formação do indivíduo quanto na construção de crenças e valores compartilhados na sociedade em que se encontra".

Esse é um campo que o pesquisador tem que ter muito cuidado, para que a sua opinião não venha a alterar de alguma maneira as fontes que ele se refere. Cabe ao pesquisador, por meio de instrumentos de pesquisa, proporcionar aos sujeitos pesquisados um espaço de manifestação dos seus sentidos subjetivos, tendo em vista à construção de um modelo de interpretação. Sob essa perspectiva, a pesquisa é marcada por infindáveis desdobramentos, favorecendo o desenvolvimento da produção teórica e a construção de novos caminhos que se abrem para a prática do pesquisador.
Além do mais o pesquisador tem um papel fundamental de orientar os usuários para que eles não sejam enganados por notícias falsas, e assim, poderem fazer uma pesquisa correta separando o que é verdadeiro do que é falso. Olhando por essa ótica, podemos entender o fato de alguns políticos serem contra a educação e a pesquisa, pois é através delas que o cidadão se torna capacitado para não ser enganado e manipulado. Devemos observar os veículos informacionais que acessamos e observar se eles tem o interesse de informar a classe trabalhadora ou tem por interesse favorecer a elite da nossa sociedade.
Concluindo, a sociedade deve ter a consciência da importância do pesquisador e da pesquisa para o nosso país. Pesquisas são de suma importância para o andamento da sociedade. Nós não devemos com base nas nossas crenças, recusar anos de estudos sérios e dedicação. O pesquisador deve ser valorizado tanto pela sociedade, quanto pelo poder público. Nossa indústria, cultura, saúde e bem-estar dependem de pesquisas cada vez mais avançadas e do auxílio de um corpo de profissionais qualificados.


Estudo realizado por Jonatã da Silva Higino, aluno do Curso de Graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba.




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