História e importância do Instituto Butantan

O Instituto Butantan é um reconhecido Centro de Pesquisas que se encontra localizado no bairro do Butantã, na cidade de São paulo. O Instituto é uma instituição pública ligada à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, isso desde a sua fundação. Por conta de seus trabalhos e pesquisas realizadas notavelmente em saúde pública, o Butantan é considerado um dos principais centros científicos do mundo. O Butantan é formado por um complexo que incluí um hospital (Hospital Vital Brazil), uma biblioteca, um macacário, um serpentário e unidades de produção de biofarmácos, além de parques e museus. O Instituto foi fundado em 23 de fevereiro de 1901, com o nome de Instituto Serumtherapico, e hoje é responsável por grande parte da produção de vacinas que são utilizadas no PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde. Além disso, também produz uma grande variedade de soros imunoterápicos, essenciais para o combate de acidentes causados por serpentes, aranhas e escorpiões.
Atualmente, o Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Biotech, realiza a produção da CoronaVac, vacina utilizada contra o novo corona vírus (COVID-19), aprovada pela ANVISA para uso emergencial.

História do Instituto Butantan 
 

O Instituto Butantan surgiu em 1898 e foi projetado para combater um surto de peste bubônica que estava se propagando no porto de Santos e que levou o governo de São Paulo a adquirir a Fazenda Butantan para se instalar um laboratório de produção do soro antipestoso. Esse laboratório foi reconhecido como instituição autônoma em fevereiro de 1901, sob o já mencionado nome de Instituto Serumtherapico, e teve como o seu primeiro diretor o médico sanitarista Vital Brazil.
A história do Instituto Butantan se confunde com a história da modernização do estado de São Paulo. Com a direção de Vital Brazil, ao longo dos anos foi investido no instituto a ampliação das atividades, passando a desenvolver paralelamente pesquisas referentes a soros e vacinas, esse método inovador logo chamou a atenção da comunidade internacional, e já na primeira década do século XX a instituição possuia uma importância reconhecida fora do Brasil. No ano de 1914 veio o grande progresso do instituto, quando foi inaugurado o Prédio Central, que mais tarde ficaria conhecido como "Edifício Vital Brazil". Nesse edifício era possível alocar setores de pesquisa e produção, possibilitando uma expansão de contribuições para a saúde pública e também um aprimoramento maior nas atividades que eram desenvolvidas pelo Butantan.
Como nesse período o Brasil vivia uma cultura cafeeira bastante forte, com milhares de trabalhadores empenhados no cultivo e produção de café, eram muito comuns e constantes acidentes desses trabalhadores com serpentes venenosas, que em muitos casos levavam a morte muitas pessoas. Diante desse grande problema, Vital Brazil junto com toda sua equipe se empenharam ao máximo para desenvolver pesquisas para a produção de soros e também formar profissionais nessa área. O extenso trabalho desenvolvido em pesquisas sobre o ofidismo (estudo do veneno das serpentes), bem como posteriormente a produção de soros antiofídicos, tornaram o Butantan uma entidade ímpar em todo o mundo. A partir do ano de 1914, com a construção de uma nova sede e a ampliação do orçamento destinado ao Instituto, o Butantan começou a se consolidar como a mais importante instituição de pesquisa biomédica do Estado de São Paulo, e uma das maiores do Brasil, sendo reconhecida internacionalmente.

Centro de Desenvolvimento Cultural do Butantan 

É o setor que é responsável em cuidar dos assuntos relacionados as atividades culturais do instituto. Essa área projeta sua divulgação a partir de pesquisas realizadas em Educação, Museologia e História da Ciência e da Saúde. É por meio do Centro de Cultura do Butantan que os projetos estruturados e todo material científico gerado pela instituição é levado ao conhecimento da população. Ficam disponíveis para consulta e pesquisa no Núcleo de Documentação, na Biblioteca, nas atividades de educação e divulgação e também nos museus.

Biblioteca do Instituto Butantan 

É especializada nas áreas de toxinas, imunologia, biodiversidade e biotecnologia. Foi fundada em 1910, quando se inicou a formação do seu acervo. Reinaugurada em 2015, a biblioteca do instituto oferece, além do seu acervo, salas de estudo em grupo e individual equipadas com computadores, projetores e rede de wi-fi. Tem como objetivo oferecer aos seus usuários apoio informacional às atividades de ensino e de pesquisa. Também se ocupa de preservar e difundir a produção científica do Instituto Butantan alimentando os banco de teses e dissertações, de artigos, da Biblioteca Virtual de Saúde - BVS, e oferece serviços personalizado aos pesquisadores e alunos para suporte no desenvolvimento de projetos de pesquisa, geração de novos conhecimentos e inovação.

Museus 

O Butantan apresenta quatro museus focados em diferentes áreas da ciência:
* Museus Biológico: Funciona desde 1966 e abriga cerca de 100 espécies de animais vivos pertencentes a fauna brasileira, dos mais comuns aos mais exóticos. Tem o objetivo de tornar conhecidos ao público esses animais e ressaltar a importância dos diferentes organismos na manutenção do ecossistema.
* Museu de Microbiologia: Foi inaugurado em 2002 e tem como missão estimular a curiosidade das pessoas a conhecerem mais sobre a ciência dos micro-organismos, por meio de exposições e ações educativas.
* Museu Histórico: Criado em 1981 e tem por objetivo a pesquisa, a preservação e a divulgação das ciẽncias e da saúde pública, em especial as desenvolvidas no Instituto Butantan.
* Museu de Saúde Pública Emílio Ribas: Foi transferido para o Instituto Butantan em 2010 e é especializado na história da saúde pública, possui um dos maiores acervos documentais do Brasil disponíveis para pesquisa e elaboração de aulas, uma exposição fotográfica permanente e também exposições e atividades educativas.

Vacina para combate do COVID 19
 

A vacina desenvolvida pela Sinovac Life Science é uma das mais promissoras do mundo porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. O Instituto Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente. A vacina Coronavac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, se mostrou segura e com bom índice de imunogenicidade. A constatação é do estudo realizado pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. O estudo analisou o comportamento de 600 voluntários vacinados na China durante a fase 2 dos testes clínicos. A farmacêutica forneceu ao Butantan as doses da vacina para a realização de testes clínicos de fase 3 em voluntários no brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança.
De acordo com o Diretor de Pesquisas do Instituto Butantan, Ricardo Palácios, os estudos apontaram que a eficácia da vacina do Butantan chega a atingir quase 100% contra casos moderados e graves, esse estudo científico com 12,4 mil profissionais apontou proteção total a sintomas severos da COVID 19 e 78% de eficiência contra casos leves. Com os índices alcançados na pesquisa, o Butantan deu início à solicitação do registro emergencial da vacina junto à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que rapidamente seja iniciada a imunização dos brasileiros contra a COVID 19. Campanha essa que começou a ser realizada primeiramente com os profissionais da área de saúde e depois com outros grupos.

Conclusões Finais
 

Observando a história do Instituto Butantan, vemos a importância que essa instituição tem para o Brasil no que tange a pesquisa e estudos direcionados para a saúde pública do país, tendo que ser reconhecido o seu valor no combate a doencas e que preza por um trabalho firmado no estudo científico. Diante de tudo que estamos passando agora, vemos que devemos confiar na ciência para termos uma solução para essa pandemia de COVID 19, e temos no Instituto Butantan uma grande referência, reconhecida tanto nacionalmente como internacionalmente.
 
 
Estudo realizado por Jonatã da Silva Higino, aluno do Curso de Graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba.

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